Como trocar experiências no exterior por viagens pelo Brasil

Na alta do dólar, troque um mochilão pro exterior por viagens pelo Brasil


Essa última semana, o dólar atingiu a maior alta desde 2003, chegando a R$ 3,28, o que complica os planos de muita gente que de repente vinha guardando uma grana só pra isso e agora tem que desistir da ideia. Diante da situação complicada, se não há outra saída e você só pode viajar agora, tente compensar a experiência com uma viagem pelo Brasil, pra conciliar uma equilibrada na grana com a oportunidade de viajar, enquanto dias economicamente (e politicamente) melhores não chegam.

Pode ser que bata aquele pensamento de "já conheci tudo pelo país, não tem mais nada a conhecer" ou "tem coisa no exterior que não se faz no Brasil", mas vou tentar dar a ideia aqui de alguns lugares e atividades que podem substituir um rolê fora do país, ou pelo menos tirar a frustração de não poder fazer o esperado tour na gringa.

Vamos pelo mais óbvio, que é o intercâmbio. Rola intercâmbio no Brasil?? Olha, se sua intenção é explorar o seu inglês, sim... no Rio de Janeiro (RJ)! Bem antes da Copa, o Rio já vinha recebendo mais e mais gringos, ganhando um perfil bem parecido de outras cidades cosmopolitas como Barcelona ou Nova York. Basta você se hospedar em um hostel em Copacabana, Ipanema ou Leblon, que você vai falar muito inglês, mais que qualquer outra língua, com gente dos EUA, França, Austrália, Alemanha, Itália, República Tcheca, Romênia... e quase ninguém do Brasil. Veja opções de albergues cariocas neste link.

Outra experiência que dizem ser impossível ter em outro lugar é um safári na África. Talvez a paisagem e fauna realmente sejam inigualáveis, mas dá pra dizer que o Pantanal tem uma vibe tão exótica e experiências tão vibrantes como na selva africana, caso do safári pra ver jacarés, aves e onças, como você pode ver nesse outro post.



É do surf? Quer ir pro Havaí? Espera mais um pouco... e vai pra Maresias, em São Sebastião (SP), que é a terra do campeão mundial Gabriel Medina, ou pra muitos outros picos por aqui, que chamam a atenção de brazucas e gringos, como Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha (PE), Saquarema (RJ), Itacaré (BA), Maracaípe, em Porto de Galinhas (PE), Praia Mole, em Florianópolis (SC), e vários outros.

Mas se seu lance é o clima de Europa... Durante a baixa temporada do inverno, busque as cidades serranas com chalés, o friozinho e a cara de Suíça, como Campos do Jordão (SP), Gramado (RS), Canela (RS) ou Monte Verde (MG). Vale também caçar as cidades colonizadas por pomeranos, povo situado entre a Alemanha e a Polônia que imigrou pro Brasil no fim do século XIX, que tem suas tradições fortemente preservadas em Pomerode (SC) e em Santa Maria de Jetibá (ES).

Inclusive no ES, perto de Santa Maria de Jetibá, tem a cidade de Domingos Martins, que foi colonizada por pomeranos, alemães e italianos. É uma das cidades mais lindas do ES, boa pra beber vinho, fazer trilha, apreciar as montanhas e passear de trem, que segue até Viana, na Região Metropolitana de Vitória.



Quem sonha com um expresso europeu, também pode matar a vontade com o trem que parte de Belo Horizonte (MG) à Vitória (ES). Não é tão rápido ou luxuoso, mas tem suas peculiaridades. Explico mais nesse post.

Quem viaja pensando em arquitetura e costumes, pra substituir a Europa, há que se recomendar Curitiba (PR). O modo de se vestir já é bem europeu, com todo mundo arrumado por causa do frio. A feirinha da Praça da Espanha lembra o Mercado del Rastro, em Madri, enquanto a feirinha do Largo da Ordem pode se dizer que é uma versão tropical da Tiergarten Flohmarkt, de Berlim. E no Largo da Ordem também dá pra perceber a semelhança com a arquitetura de algumas metrópoles alemãs, pelas fachadas e o chão de paralelepípedo nas ruas. Quer sentir um gostinho do que seria visitar um jardim na França? Então passe pelas áreas verdes bens planejadas do Jardim Botânico e da Ópera de Arame. Pra completar, o transporte público funciona muito bem, e salvo a hora do rush, é mesmo modelo e o melhor do Brasil.



Também é possível ter um pedaço da Ásia sob seus pés, na região da Liberdade, em São Paulo (SP). Seria um pedaço da Ásia, ou de Nova York, já que a Liberdade seria uma versão paulistana de Chinatown, seguindo a regra das grandes metrópoles de quase sempre ter um bairro oriental. Na Rua Galvão Bueno, você vê aqueles portais e lanternas orientais bem típicas do Japão e da China, e dentro do bairro, chamam a atenção as lojinhas de produtos orientais (com letreiro em ideogramas) e restaurantes com bastante sushi, temaki, tempura, yakissoba, guioza. Outra ideia é ficar ligado quando rola o ano novo chinês, pra ver as alegorias e cores temáticos, que celebram a virada que ocorre do outro lado do mundo.

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São Paulo também serve pra substituir a variedade gastronômica de Nova York ou Tóquio, com restaurantes de comida italiana, portuguesa, árabe, espanhola, argentina, indiana, alemã, grega, francesa, mexicana, tailandesa, coreana, uruguaia, suíça... Aé, tem comida brasileira e pizza também.

Poderia citar Sampa como boa opção de bares, pubs e rock n' roll, mas essa vou deixar pra BH. Já tem uns bons anos, que a capital de MG criou uma vocação pra fazer você se sentir um pouco em Liverpool, com as covers de Beatles como a Hocus Pocus e a Anthology, e até mesmo com Sir Paul McCartney dizendo "uai", em um show de 2013. Fora que Belo Horizonte é uma filial de Seattle, com várias covers de Pearl Jam e Foo Fighters, além do seu lado Los Angeles, o lado Londres, o lado Dublin, o lado Detroit, e por aí vai... Tudo nos principais pubs da cidade: Lord, Jack, Circus, Collins, Stonehenge, Amsterdam, entre outros que você pode ver a programação e pensar em um roteiro nesse link, do site BH Rocking.



Fechando a conta e passando a régua, aos caçadores de cartões-postais, vocês também podem soltar a imaginação que não vão se decepcionar em ver o Maracanã como nossa versão do Coliseu de Roma, o Cristo Redentor que é mais bonito que a Estátua da Liberdade de Nova York, a Ponte Hercílio Luz em Floripa, que supre um pouco a vontade de ver a Ponte de San Francisco (EUA), e quem não vai à Paris (FRA), pode trocar o Arco do Triunfo pelo Monumento aos Expedicionários, em Porto Alegre (RS) ou o Museu do Louvre pelo Instituto de Arte Contemporânea de Inhotim, em Brumadinho (MG), pertim de BH.

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