Como gastar pouco dinheiro em viagens ao exterior? Economize sem detonar sua trip


Saiba que não há mistério pra poupar em um mochilão ao exterior. Não precisa se sufocar ou passar por perrengue, basta ter atenção. Mais do que fechar a mão na hora de gastar, controlar gastos requer cuidado com os detalhes de cada despesa básica.

A análise começa bem antes de arrumar a bagagem, passa pelo dia-a-dia na cidade visitada e termina naquela passada rápida pelo duty free, na volta pra casa.

Siga abaixo com um passo a passo de como avaliar cada um dos gastos de um rolê fora do país e ter uma noção de onde pode economizar, sem estragar a viagem.

BAGAGEM:

Tudo começa com a escolha do mochilão. Mochilões de marcas internacionais duram muito mais tempo, fazem valer o investimento. Mas se você tem pouca grana, compre uma nacional mesmo. Até porque em viagens convencionais, sem experiências de aventura, as mochilas permanecem encostadas no albergue, sem risco de ficarem surradas.

Em termos de marca, recomendamos a Nautika, a Nord ou a Trilhas e Rumos. É possível encontrar uma cargueira de 65 ou 70 litros destas marcas, de qualidade bem satisfatória, com preço na faixa de R$ 350.

[Clique aqui e veja onde comprar mochilas de viagem]

Leve pouca bagagem e fique em algum hostel com máquina de lavar. Menos roupas podem reduzir despesas em companhias de baixo custo (low cost), que lançam taxas para expedir a bagagem, conforme observado pelo blog Our World In A Portrait.

PASSAGEM:

Hoje existem muitas facilidades para adaptar o preço da passagem com sua realidade e sua vontade de visitar determinado lugar, seja com pacote de agência, compras coletivas, excursão ou sites de busca.

Nossa sugestão fica para os sites de busca, que redirecionam para o melhor preço de passagem. São seguros e tem boas opções de pagamento. Além disso, você faz tudo por conta própria.

Quais os melhores? Americanas Viagens, Decolar, Mundi, Submarino Viagens ou Viajanet. Algo deu errado? Lance uma queixa no ReclameAqui.com.br, que ajuda a obter respostas rápidas pra resolver o problema.

Não fique com medo ou vergonha de reclamar, pois estes sites de viagem contam com bons serviços de Atendimento ao Consumidor, à disposição pra ajudar.

Procure viajar em baixa temporada. Você pode ir pra Londres, por exemplo, em março ou outubro e pagar passagens de R$ 1.600, ida e volta.

CARTÃO E CÂMBIO:

Uma boa forma de segurar a grana é usar cartão, seja por meio de saque, crédito ou sistema pré-pago para viagens. Como dizia Paulinho da Viola, "dinheiro na mão é vendaval" e uma vez que você troca as notas mais altas, acaba se perdendo na hora de fazer o controle do que sobrou.

Grana em cash será necessária pra pequenos gastos, mas um detalhe importante é que os saques internacionais oferecem as menores despesas com taxas de câmbio.

Assim, a melhor opção é o que diz a dica do Ricardo Freire, do Viagem na Viagem, pra transportar um pouco de cada na carteira. Leve €200 ou US$200 pra pequenos gastos; habilite o cartão do seu banco pra saques internacionais nas redes Plus (da bandeira Visa) ou Cirrus (MasterCard); e adquira um cartão pré-pago MoneyCard Visa TravelMoney, recarregando o suficiente pra caso dê algum rolo com o cartão do banco.

Tem mais, casas de câmbio do Brasil não trabalham com moedas. Logo, se você não gastá-las no exterior, podem depois acabar sobrando inutilmente em sua carteira.

HOSPEDAGEM:

Pra economizar com estadia, instale um app de hostel no smartphone e reserve um albergue com bom custo benefício, café da manhã à disposição e bem localizado. Em uma só tacada você já se livra de um dos principais gastos da viagem, que é hospedagem, poupa com alimentação e transporte.

É possível achar hostels confortáveis e baratos, conhecidos como “cheap and chic”, por cerca de €11 ou US$15, ou seja, mais baratos que no Brasil, que estão cobrando R$40 em média, ou mais.

Uma boa vantagem do hostel é que você pode usar o wi-fi de graça pra manter contato com o Brasil, por Skype, Viber ou WhatsApp, sem a necessidade de usar ligações internacionais.

Outra alternativa é fazer parte da rede CouchSurfing ("alugando um sofá", em tradução livre), e se hospedar na casa de alguém com disposição pra liberar um sofá ou cama.

[Clique aqui e veja dicas de como escolher o melhor albergue]

ALIMENTAÇÃO:

Seja prático. Aproveite o café da manhã servido no hostel, carregue um cantil ou uma garrafinha de água na bolsa, e tenha sempre um lanchinho em mãos, algo como barrinhas de cereal, frutas ou chocolate, que é muito barato no exterior. Se uma barra custa R$ 6 no Brasil, na Europa é vendido por €0,75.

Fazer refeições em restaurantes, aeroporto, terminais, ou lanches de rua ou dessas máquinas self-service, saem muito mais caros. Aliás, qualquer alimento ou bebida, procure comprar em supermercado. Faz uma enorme diferença, e vale ressaltar que ajuda muito pra economizar com bebida alcoólica.

Bares e danceterias cobram caro no exterior. Se uma caneca de chopp sai por €2,50 ou US$4, um pack de Carlsberg ou Budweiser, com 12 latinhas, pode ser comprado por €7 ou US$9. Então faça um “esquenta” antes de sair pra alguma balada.

E muito cuidado com a curiosidade pra experimentar pratos típicos. Modere e pesquise, pois a gastronomia local costuma ser uma forte isca pra fisgar turistas através de preços com o "olho da cara", acima de €15 ou US$20.

No exterior, vale também aderir ao fast-food, que não é tão caro quanto no Brasil. Aqui, o menu mais barato com sanduíche, batata e refrigerante é cerca de R$20, e fora do país os lanches mais baratos giram em torno de €4 ou US$6.

TRANSPORTE:

Use bastante o transporte coletivo. Táxi é muito cômodo, mas evite. Perca o medo, busque instruções no Google ou em apps, e pegue ônibus ou metrô para não gastar tanto ao se locomover. Se souber andar bicicleta, alugue uma. Algumas cidades têm esse serviço, como indica o blog Mapa de Londres.

INGRESSOS:

A princípio, pra poupar a grana com ingressos, não se apegue a fazer coisas só pra contar pros outros e pense que só a experiência de estar em outro país já é um privilégio. Além do mais, é bem melhor explorar as atrações ao ar livre.

Mas como algumas "atrações imperdíveis" são inevitáveis, daquelas que você vai guardar com carinho ou ter muita história pra contar, pondere e planeje bem.

Faça um roteiro com todos os lugares que você quer ir. Em seguida, pesquise e anote o preço de cada ingresso pra pensar com calma e ver se vale mesmo a pena.

Primeiro, compare. Jogue uma base de preço qualquer pelo tempo gasto no Brasil. Tipo, se um cineminha no Brasil sai por uns R$35 (ingresso promocional + refri + pipoca), um ingresso de algum ponto turístico que custa R$60 ou €20, tem que ter pelo menos 3hs de entretenimento pra compensar. É conta hipotética, meio maluca, mas serve pra ter uma noção.

Depois, analise bem o que o local disponibiliza, sobretudo museus. Muitas vezes, museus mais renomados se aproveitam da fama pra cobrar caro, mas no fim, você faz uma visita na correria, não te acrescenta e você não vê quase nada, além de encarar tumulto. Enquanto isso, outras galerias menores trazem exposições intimistas, mas muito mais enriquecedoras e interessantes. Então, fique ligado.

Na sequência, vá atrás de ofertas especiais. Alguns lugares baixam os preços em dias mais vazios; vá no site oficial da atração e busque informações. Também é possível adquirir cartões em que você paga um só valor pra ver diversas atrações, caso do European City Cards na Europa. Alguns cartões também oferecem descontos, como o TKTS, para abater preços de tickets para teatros em Nova York.

Por fim, veja se é possível comprar os ingressos de maneira antecipada, pra não ter nenhuma surpresa ou gasto adicional.

FIM DE VIAGEM (SOUVENIRS E DUTY FREE):

Quando a viagem tá acabando, bate aquela sensação de ter que aproveitar tudo que o lugar oferece, só porque você está indo embora. Dá vontade de carregar a cidade na mochila. Pois controle-se!

Os dois maiores perigos são os souvenirs e o duty free. Se você é daqueles compulsivos, passe longe. Mas se é um pouco mais controlado, a dica é colocar um limite. Tipo, no duty free, não compre nada acima de €25. E souvenirs, apenas os mais pequenos (pins, bótons, chaveiros, cartões-postais), nada acima de €2 pra cada item, ou acima de €15 no total.

Agora, se for o caso de alguma coisa pra revender ou que não se acha no Brasil, como um smartphone HTC ou um óculos Polaroid, aí calcule de acordo com sua disponibilidade financeira.

E ainda sobre souvenirs, evite lojas oficiais, de shopping ou de aeroporto. Sempre é um preço acima. Procure bancas de rua, onde você pode pechinchar, tipo leve três por €5, seis por €10, como acontece em La Rambla, de Barcelona.

CONCLUSÃO:

Pra fechar, a ideia principal é se organizar. Rola essa lenda de que o legar de ser mochileiro é fazer as coisas na base de improviso e de última hora. Porém, não há como economizar sem planejamento, e evitar prejuízos ou gastos desnecessários é prioridade, não só para mochileiros.
Próxima »
« « Anterior
« Anterior
Próxima » »