Inspirações pra largar tudo e viajar ...ou só criar um blog de viagem

Hoje eu vou enumerar algumas coisas que podem fazer você perder o medo e criar um blog de viagem, ou simplesmente criar coragem de botar uma mochila nas costas e saí por aí. Não que isso seja uma tarefa fácil, pois não é! Exige ânimo, conhecimento das coisas, trabalho, tempo disponível e dinheiro. Mas antes disso tudo, alguma coisa vai dar aquele ponto de partida, e acima de tudo: fazer você se organizar e entender qual o caminho pra chegar lá. E é isso que eu vou dividir com vocês, até mesmo pra repassar um pouco da história do blog...




INSPIRAÇÃO #1: PROGRAMAS DE TV, VLOGS E SNAPCHAT

Vlogs, programas de TV e Snapchat sempre ajudam a ter uma análise real e se ambientar antecipadamente de acordo com o lugar, por que vídeo tira aquela ilusão de foto de Instagram cheia de filtro. O vídeo faz você cair na real que o lugar não é perfeito ou comprovar que é mesmo muito f***. E eu comecei a sacar isso no fim década de 1990/começo de 2000 com o Mochilão MTV, pai desses programas aí do Multishow e do Canal Off. A Fernanda Lima viajava pra um lugar e aí escancarava como ia ser a trip mesmo, como na vez que ela foi pra África do Sul e não achava lugar pra acessar internet, ou ficou meio sem o que fazer até desenrolar um safari.




Na época, qualquer aventura se limitava a sonhos vendidos por agência de viagem. Internet era ruim, aí só tinha MTV pra ter essas primeiras noções mesmo. Mas eu também lembro que ela foi pra Barcelona e Valencia, dando a figura exata de lugares que visitei anos depois, e achei muito da hora. Hoje tem dezenas de vlogs (ou centenas, se contarmos com os gringos) e Snaps, fora o Google Street View, que fazem esse serviço, deixam você completamente ambientado e certo do que pode ou não fazem no lugar, ou o que vai ser bom ou ruim. E se não tem o Mochilão MTV na tv, tem o Anota Aí do Multishow, o Albergue Carioca da TLC Brasil, o Canal Off tem vários programas, é só questão de se ligar.

Com isso tudo, a gente evita toda aquela cascatice ou aquele papo furado de "compre este pacote que a viagem será mil maravilhas", por que a gente teve a oportunidade de visualizar tudo antes no YouTube ou Snap. E isso ajuda a quebrar muitos mitos também. Como achar que Nova York não tem lugar sujo, e aí você assiste no YouTube uma ratazana passeando com um pedaço de pizza na escada do metrô. Ou pensa que na Europa não tem morador de rua, e vê vídeo de gente pedindo dinheiro e sofrendo com preconceito.







INSPIRAÇÃO #2: GUIAS DE VIAGEM

Tem gente que torce o nariz pra guia de viagem, porque diz que "guia de viagem é coisa de turista", ou solta a pala de que "prefiro descobrir e desbravar o lugar". Isso é uma verdadeira bobagem. Primeiro, por que os guias têm modernizado cada vez mais sua linguagem e seu conteúdo. Basta você ver o Guia 4 Rodas, que vem com informações muito úteis como preço de um café ou refrigerante em determinada cidade, ou dicas de hostels na lista de onde ficar, que não se resume mais a hotéis ou pousadas. Outra é que o guia vai te dar toda a logística do lugar, prover um mapa e orientações básicas, pra você saber como vai se locomover sem perder tempo e/ou gastar dinheiro à toa.




O melhor guia sobre o Brasil, já citei, que é o Guia 4 Rodas, que é anual e bem atualizado sobre algum estabelecimento que fechou ou abriu, ou sobre alguma cidade que está mais bombada, e que vale a pena dar um rolê. Já entre os guias internacionais, tem o Lonely Planet e os traduzidos da PubliFolha. Na parte visual e ergonômica, os guias da PubliFolha são melhores, com mapas práticos e bem resolvidos esteticamente, e tem o formato pra bolso. Mas os guias da Lonely Planet costumam ser mais abrangentes em termos de informação.



INSPIRAÇÃO #3: REVISTAS DE VIAGEM

Revistas vão servir pra te manter atualizado sobre o que há de mais novo, o que anda rolando naquela cidade, se tem algum lugar mais crowdeado, onde você não faz nada sem passar por um tumulto (como tem sido Machu Picchu ultimamente), ou repassar o que está mais hypado, com algum passeio imperdível no momento, como é o caso do passeio de balão na Capadócia (TUR). E as revistas não abordam só sobre a viagem em si, mas sobre passagens, tecnologia, equipamentos... As duas melhores são a Viagem & Turismo e a Go Outside, essa aí minha favorita, por falar mais de aventura e muito sobre mochilão.




Franqueada no Brasil com nome de Go Outside, a Outside Magazine foi a primeira fonte de ideia pra fazer um post e começar um blog só para mochileiros. Na época, veio a curiosidade de qual o monte mais elevado e tranquilo de um cara que não é alpinista escalar, então encontrei um artigo da revista sobre Kilimanjaro, que vocês podem ler clicando aqui. Era outubro de 2010, eu não conhecia a revista, pesquisei mais e ao descobrir essa versão nacional, me deparando com o Guia de Equipamentos para aventureiros, com vários sonhos de consumo. Continuei a ler a revista, que entre uma aventura e outra me deixou bem empolgado a começar sair por aí em viagens alternativas, pra acampar e fazer trilhas em locais diferentes, descobrir o wakeboard e o stand up paddle, enfim... me empolgou!





INSPIRAÇÃO #4: APPS E SITES ESPECIALIZADOS

Se os vídeos vão dar a real ambientando você ao seu destino, aplicativos e sites especializados vão ser o canal direto pra você dialogar ou tirar dúvidas principalmente com uma visão mais aprofundada do lugar. Nos apps, fóruns, redes sociais e blogs, você encontrará avaliações e diálogos, às vezes diretamente daquilo que você busca esclarecer. E eu geralmente digo que esse canal direto deve ser sempre a primeira ferramenta que você deve usar antes de consolidar a compra de uma passagem ou reserva de hotel, ou efetuar qualquer pagamento relativo a uma viagem.




Entretanto, você deve sempre buscar umas duas ou três opiniões (ou mais), pra não se deixar levar pela experiência positiva ou negativa de uma só pessoa, ou por comentários implantados por empresas (que tem gente que faz isso). Por exemplo, se falam muito bem de uma linha aérea em um grupo do Facebook, vá no fórum Mochileiros.com, que lá você pode se deparar com outros comentários. Ou se avaliam um bar muito mal no Yelp, talvez no Foursquare ou em um blog, haja alguma experiência positiva a se destacar. O mesmo com albergues... Verifique a classificação no Trip Advisor, Hostelworld, Booking, e examine o que há de comum nas avaliações dos três.

Aliás, sobre o fórum Mochileiros.com, essa é a fonte mais antiga que há para esclarecer dúvidas e compartilhar informações sobre viagens, alternativas ou convencionais, muito antes do Orkut ou Facebook, já existe desde 1999 e foi um grande incentivador pra criar o Para Mochileiros. Ao debater com a galera sobre diversos assuntos e interesses em viajar, no fim da década de 2000, fui percebendo que havia uma carência de blogs para mochileiros. Haviam blogs muito bons até ali, mas muitos voltados pra roteiros e experiências de viagem, e poucos dando um help sobre hostel barato, ou um caminho de onde comprar mochilas, ou um passo a passo de como economizar em viagens.

Felizmente, de lá para cá, o Mochileiros.com se expandiu para outras plataformas (só no Facebook são quase 300k likes), o Para Mochileiros também cresceu (principalmente no Instagram com mais de 35k followers) e o número de (bons) blogs é imensurável, tanto que temos aí até uma Associação Brasileira de Blogs de Viagem (ABBV) e uma Rede Brasileira de Blogueiros de Viagem, tudo aí pra te ajudar em sua trip... Desfrute!



INSPIRAÇÃO #5 Filme Na Natureza Selvagem

Pra fechar, um bom filme inspira. Ou melhor, o filme! Quando me dei conta do Into The Wild (Na Natureza Selvagem), foi muito mais por ser fã do Pearl Jam e pelo interesse em ouvir a trilha sonora, como primeiro trabalho solo do Eddie Vedder. Mas até assistir, nunca imaginei que daria um outro significado meu modo de ver o ato de viajar.




Até hoje, quando viajo, às vezes falo sobre o filme e muita gente comenta que decidiu botar a mochila nas costas inspirado na história do jovem Christopher McCandless, ou Alex Supertramp (só quem assistiu o filme vai entender), tentando chegar ao mais perto do que ele fez, ao largar tudo para viajar e se redescobrir.

No começo da década de 1990, McCandless havia terminado sua faculdade e desgastado pela pressão que sofria da família de classe média alta, em seguir a rotina de dar tudo de si só pelo dinheiro, ele decide doar 24 mil dólares de sua conta bancária a uma instituição de caridade e parte em uma viagem ao oeste da América do Norte, tentando reinterpretar os rumos da civilização e das relações humanas, e o que realmente fazia sentido para si.

O interessante do filme é que não se trata de uma aventura por si só, e faz a gente refletir um pouco sobre a importância de largar um pouco a loucura massacrante de uma rotina e sair da zona de conforto, não “apenas para buscar aventuras, mas encontrar a si mesmo”, como diz o trailer do filme.

Tem um amigo meu que diz que o filme não tem nada demais, e que se trata de um “Curtindo a Vida Adoidado para mochileiros”. Mas o fato é que se trata de uma história real, de mais de cem dias que poucos teriam coragem de viver....

Afinal, duvido que o Ferris Buller (do Curtindo a Vida Adoidado) teria disposição de cruzar o Rio Colorado de canoa, arriscar sair da Califórnia de trem ou a pé, caçar um búfalo, enfim, uma série de perrengues que eu não vou enumerar, porque vai que você não viu o filme, né?!









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